3 clássicos para quem ama livros românticos

25 de agosto de 2024 - Regiane Silva

Autora segurando três livros. Clássicos com muito romance.
Autora segurando três livros. Clássicos com muito romance.

Dizem-se clássicos aqueles livros que constituem uma riqueza para quem os tenha lido e amado; mas constituem uma riqueza não menor para quem se reserva a sorte de lê-los pela primeira vez nas melhores condições para apreciá-los. – Italo Calvino

Comecei a ler clássicos por curiosidade. Neste ano de 2024, desafiei-me a ler 12 livros clássicos e, até então, tenho sido bem-sucedida. Descobri que amo esses livros e que não consigo mais aproveitar tão bem os livros de que gostava antes.

É claro que comigo tudo é uma fase. Entrei na fase dos clássicos, deixando de lado os livros que eram muito prazerosos de se ler. Porém, não encaro isso como algo negativo e, por esse motivo, aproveitarei ao máximo essa vontade de ler os mais aclamados da história.

Os clássicos são aqueles livros que chegam até nós trazendo consigo as marcas das leituras que precederam a nossa e atrás de si os traços que deixaram na cultura ou nas culturas que atravessaram (ou mais simplesmente na linguagem ou nos costumes). – Italo Calvino

Sempre gostei de história, de imaginar como era a vida antigamente, como as pessoas viviam, o que faziam, como se vestiam, etc. Os livros de época (dos autores contemporâneos), por mais bem escritos que sejam, não conseguem trazer tão bem essa vivência. Para aqueles que amam esses romances, separei três livros que trazem essa experiência dos séculos passados e com casais apaixonados.

No entanto, concordo com algo que Italo Calvino disse em seu ensaio Por que ler os clássicos: “A leitura de um clássico deve oferecer-nos alguma surpresa em relação à imagem que dele tínhamos. Por isso, nunca será demais recomendar a leitura direta dos textos originais, evitando o mais possível bibliografia crítica, comentários, interpretações. A escola e a universidade deveriam servir para fazer entender que nenhum livro que fala de outro livro diz mais sobre o livro em questão; mas fazem de tudo para que se acredite no contrário. Existe uma inversão de valores muito difundida segundo a qual a introdução, o instrumental crítico, a bibliografia são usados como cortina de fumaça para esconder aquilo que o texto tem a dizer e que só pode dizer se o deixarmos falar sem intermediários que pretendam saber mais do que ele.”

Antes de ler qualquer livro, evito ao máximo saber muito sobre ele. Não gosto que a opinião das pessoas interfiram na minha experiência de leitura. Leio a sinopse, procuro um pouco de informação a respeito dos autores e o contexto histórico do livro. Pronto, isso basta para que eu tenha interesse em ler. Devido a isso, falarei o mínimo a respeito dessas indicações, dando apenas um resumo para que você possa se interessar pela leitura.

Todos esses livros são da fase do romantismo – movimento artístico e intelectual que se originou na Europa no final do século XVIII. Ou seja, tudo é romantizado e exagerado.

três clássicos com romance

Amor de perdição – Camilo Castelo Branco.

Um amor proibido, um rapaz bad boy e capaz de fazer qualquer coisa pela amada. Há um grande exagero nesse amor de Simão e Teresa, algo bem comum para o romantismo. As famílias não aprovam a relação dos dois, por isso fazem de tudo para afastá-los. Porém, Simão é aquele rapaz que moverá montanhas para poder ver a amada e fará loucuras por ela, mesmo que isso termine em tragédia.

Amor de perdição é o Romeu e Julieta português. Eu amei reler este livro, o havia lido quando tinha 16 anos e não me lembrava de muita coisa, apenas recordava que havia gostado muito e minha opinião não mudou nessa releitura.

“Amou, perdeu-se, e morreu amando. (p. 9)”

Helena – Machado de Assis.

Machado é conhecido principalmente por seus livros da fase do realismo, contudo ele também escreveu romances da fase do romantismo. Helena faz parte desta fase. É o meu livro favorito do Machado até o momento.

O conselheiro Vale morre e deixa em seu testamento a notícia para a família de que ele tinha uma filha fora do casamento. Estácio, herdeiro do pai, resolve trazer a irmã para morar com eles e usufruir da herança. Helena é uma jovem encantadora e bonita, deixando o irmão confuso a respeito de seus sentimentos por ela. Sim, este é um romance entre irmãos. No entanto, Helena traz consigo um segredo, deixando o irmão sempre perdido e confuso com algumas atitudes dela.

“(…) sou uma pobre alma lançada em um turbilhão. (p. 43)”

Senhora – José de Alencar.

Este é o meu clássico favorito e nunca vou me cansar de indicá-lo como leitura obrigatória aos amantes dos livros. Senhora é praticamente um enemies to lovers (quando o casal se odeia e depois passa a se amar).

Aurélia Camargo e Fernando eram um casal apaixonados, mas ele, por necessidade, rompe seu relacionamento com ela para se casar com outra mais rica. Aurélia era pobre, contudo, inesperadamente, herda a fortuna do pai, tornando-se a mais rica da Corte do Rio de Janeiro. Fernando, com o orgulho ferido, sofre ao ver a amada e, ao mesmo tempo, sente um pouco de raiva dela. Aurélia, por sua vez, usará de sua fortuna para fazer Fernando pagar por tê-la deixado. É impossível não se divertir com este livro e torcer para que esse casal orgulhoso se acerte.

“Representamos uma comédia, na qual ambos desempenhamos o nosso papel com perícia consumada. Podemos ter este orgulho, que os melhores atores não nos excederiam. Mas é tempo de pôr termo a esta cruel mistificação, com que nos estamos escarnecendo mutuamente, senhor. Entremos na realidade por mais triste que ela seja; e resigne-se cada um ao que é: eu, uma mulher traída; o senhor, um homem vendido. (p. 73)”

(…) ler os clássicos é melhor do que não ler os clássicos.” – Italo Calvino

Espero que tenham gostado dessas indicações e que elas possam fazê-lo amar os clássicos como aprendi os amar.

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Foto Regiane Silva Regiane Silva

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