Quero a sensação de orgulho que tive enquanto lia um pouco sobre a autora Chimamanda Adichie, uma nigeriana que ganhou destaque com suas obras cujo palco foi sua terra natal. Uma mulher forte, determinada e engajada, que luta por questões de relevância social.
Em seu conto A historiadora obstinada, vemos um reflexo de Chimamanda na personagem Grace, que decidiu trocar de carreira – deixando de estudar química para estudar história – após ouvir um nigeriano, especialista em História do Império Britânico, dizer ser um absurdo o governo querer incluir a história africana na grade dos alunos. Este foi o ponto decisivo que fez Grace questionar tudo o que acreditava.
A personagem cresceu aprendendo a cultura alheia, coisas que ela não entendia e não conseguia visualizar por não fazer parte do seu dia a dia. Suas raízes culturais foram apagadas durante sua educação. Ela tinha mais contato com a cultura do colonizador do que com a dela.
Chimamanda, ao colocar sua terra natal em suas obras, revela a realidade de seu tempo, permitindo assim que outros conheçam a sua história.
Terminei a leitura emocionada, com um grande sorriso no rosto e com uma sensação de: quero fazer igual.
Desde nova, gosto das coisas do estrangeiro: filmes, músicas, livros, séries, etc. Percebi que conhecia mais a cultura estrangeira do que a minha. Por isso, quando decidi reescrever minhas histórias para elas se tornarem livros, eu quis trazer o palco para o Brasil.
Aqui é a minha terra. Aqui está a minha história. E, também, está aqui o que é esquecido ou prejulgado pelo exterior por justamente nós, brasileiros, não valorizarmos o que somos, o que temos.
Mesmo que meus livros façam sucesso apenas após a minha morte, quero que minha literatura seja brasileira, não por ser escrita em português, e sim, por ter essência brasileira.
É claro que não estou escrevendo isso para criticar as pessoas que consomem materiais do estrangeiro. Eu não conseguiria viver sem meus filmes, livros e músicas. E não quero que ninguém se prive do que gosta. Apenas acredito que precisamos valorizar mais o que temos aqui. É o povo que faz o país, então depende de nós torná-lo um lugar agradável aos olhos de quem está fora.
Se você não valoriza o que tem, como pode esperar que o outro valorizará?
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