Sentada no local mais isolado da cafeteria, Liz observava com atenção o entra e sai das pessoas no estabelecimento. A chuva fina caía calmamente do lado de fora, e sentia o frio que ela trouxera toda vez que a porta era aberta.
Colocou seus óculos de leitura ao lado da xícara que minutos atrás continha café, fechando seu livro em seguida. Apesar de amar ler naquele lugar, às vezes sua mente não conseguia se concentrar, por isso apenas contemplava o ambiente agradável e aconchegante.
Um senhor de aproximadamente sessenta anos tomava seu café na mesa ao lado da sua; uma mulher brigava disfarçadamente com seu filho, que insistia em pedir todas as delícias que estavam à vista no balcão; um homem, concentrado em seu notebook, bebia com dificuldade seu café, pois não tirava os olhos da tela nem para levar a xícara ao rumo certo da boca.
Liz mordeu o lábio para não rir ao vê-lo quase derramar todo o café em sua roupa.
Eram sempre as mesas pessoas que frequentavam a cafeteria naquele horário, algumas até a cumprimentavam, e os funcionários já a chamavam por nome. Não trocaria aquele lugar por outro, gostava dali, fazia parte das suas manhãs, da sua história.
Olhou para o relógio e viu estar quase na hora de ir para o trabalho. Pagou sua conta e tomou coragem para enfrentar o clima molhado e frio que a aguardava do lado de fora.
Crônica de Regiane Silva.
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