Livro: O Resgate;
Autor: Nicholas Sparks;
Editora: Arqueiro;
Publicado em 2000;
Páginas: 320;
Nota: ⭐⭐⭐⭐
Sinopse:
Taylor McAden é voluntário do corpo de bombeiros da pequena Edenton. Destemido a ponto de parecer imprudente, enfrenta incêndios, participa de salvamentos, desafia a morte sem hesitar. Mas uma coisa ele não tem coragem de fazer: entregar seu coração.
Por toda a vida, ele se envolveu com mulheres que estavam mais em busca de apoio que de amor – e sempre se afastava delas assim que o relacionamento começava a ficar sério.
Numa noite de tempestade, enquanto sinalizava postes de energia caídos, Taylor encontra um carro batido na beira da estrada. Assim que recobra os sentidos, Denise, a motorista, pergunta pelo filho. Mas Kyle, um menino de 4 anos com problemas de audição e de fala, não está em sua cadeirinha no banco traseiro.
Durante a busca pelo garoto, Denise se surpreende ao ver que está diante de um homem capaz de abrir mão da própria vida para salvar uma criança. E o que Taylor nem imagina é que esse resgate será muito diferente de todos os que já fez, pois exigirá mais do que coragem e força física – e talvez possa levá-lo à própria salvação.
Resenha:
O primeiro contato que tive com a escrita de Nicholas Sparks foi com Querido John, depois, Diário de uma paixão e O Casamento. Fiquei me perguntando se um dia conseguiria ler algum livro dele sem chorar. O Resgate me mostrou que não. Acreditei que ficaria desidratada em alguns momentos, foram muitas lágrimas derramadas.
Confesso que as primeiras 90 páginas não foram tão agradáveis de ler, pois parecia bem arrastado. No entanto, Sparks tem esse jeito de apresentar a história mantendo os personagens principais separados, mostrando suas vidas, para, então, uni-los definitivamente. Não gosto muito de narrativas assim quando não é interessante o que acontece nas páginas, porém, quando o autor sabe trabalhar isso, não fica cansativo. O Resgate é um pouco cansativo nesse sentido.
Entretanto, após passar por esse percalço na leitura, tudo fluiu com uma rapidez que, quando dei por mim, já estava chegando às páginas finais. Sem contar, é claro, as vezes que tive de parar para respirar e me recompor emocionalmente.
A história de Denise é comovente, pois seu foco é o filho de quatro anos e meio, Kyle, que tem um problema com a linguagem. Ele fala pouco e mal, tendo dificuldade de entender o que os outros falam. Então vemos uma mãe numa batalha para ajudar o filho.
Ela é muito guerreira e humana. Denise é o exemplo de mulher que abandonou a carreira para se dedicar ao filho, afinal, era mãe solo. Devido aos problemas de Kyle, ela decide se mudar para a pequena cidade onde sua mãe nasceu. Lá, ela conhecerá as pessoas que a acolherão como uma família.
No entanto, também é na chegada da cidade, após uma consulta no médico de Kyle durante uma terrível tempestade, que ela conhecerá Taylor, o homem que a encontrará num acidente de carro.
É angustiante ver o sofrimento de Denise quando percebe que o filho desapareceu no pântano naquela noite, mas tudo piora ao se dar conta de que ele não responderá aos chamados. Kyle terá de ser visto para ser encontrado.
Sparks trabalhou muito bem o desenvolvimento da relação mãe e filho, pois era algo autobiográfico, visto que Kyle foi inspirado em seu próprio filho. Então é compreensível ver como ele consegue nos tocar com sua narrativa.
Durante o resgate e o atendimento do acidente de Denise, Taylor, voluntário no Corpo de Bombeiros, está em busca de Kyle. Esse homem chega à história nos arrebatando, fazendo-nos babar por ele e suspirar. Com o passar do tempo, vemos que ele tem muitas questões internas, o que nos faz simpatizar com ele rapidamente.
No entanto, é um romance de Nicholas Sparks, e nada é tão lindo e perfeito como pensamos. A certa altura da história, eu odiei tanto Taylor, que nem queria que os dois ficassem juntos. Foi uma trajetória de amor e ódio. Principalmente quando nosso querido Kyle começa a sofrer as consequências dessa paixão.
Achei Denise fraca em alguns momentos, em outros ela soube se colocar. Acho que eu não teria a força e a paciência que ela teve.
O Resgate é um livro emocionante, sim, mas tem seus problemas na narrativa. Algo que não me agrada na escrita de Nicholas Sparks é como ele passa rápido demais por alguns momentos. Estes poderiam ter se tornado bons capítulos, fazendo-nos apaixonar ainda mais pelo casal. Também senti falta de estar mais na cabeça de Taylor, talvez isso me faria não o odiar tanto.
Dei quatro estrelas porque valeu a pena, mesmo a história tendo seus pontos baixos. Não é o melhor livro do autor, contudo a leitura merece uma chance.
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