Paulo
Achei que fosse gostar de estar à frente, de ser o chefe, mandar em tudo, em vez de ser só mais um peão. No entanto, aquela situação tirava o meu sono. Ser o chefe de Minas Gerais não só abria várias portas para mim, facilitando ainda mais a minha vida, mas também trazia os seus problemas, e eu tinha um problemão para resolver.
O Rio era a pedra no meu caminho, e eu teria de acabar com eles. Entretanto, algo mais importante precisava de minha atenção: a minha garota. Ela era a prioridade. Ela deveria ser meu foco. Ela era meu tudo, e eu precisava provar isso.
Não importava o caminho que eu tomasse, deixaria de dar o meu melhor em um deles. Equilíbrio não fazia parte do meu vocabulário, mas precisava tentar. Eu consertaria tudo que estivesse quebrado, nem que isso me matasse no caminho.
Isa
Eu o amava. Deus sabe como eu o amava. Minha vida se resumia a trabalhar com a família e a amar alguém que só me trazia rachaduras no coração. Ele já havia sido quebrado tantas vezes, e, mesmo assim, eu permitia que tudo se repetisse.
Paulo deveria ser um cara normal, alguém por quem uma garota se apaixona e namora. Uma vida comum e simples. Um relacionamento saudável e firme. Porém, a nossa montanha-russa estava tão descarrilhada e sem freio que seria impossível consertar.
Ele sumia e voltava, prometia e descumpria, era instável e perigoso. Paulo era tudo do que eu deveria me afastar. Mas eu não me afastava. Seria inocência não dizer que aquela relação colocaria em risco a vida de todos os que eu amava e a minha própria. Ele era o meu fim.