Por um bom tempo, fiquei afastada da escrita. Não foi uma escolha consciente, mas algo que simplesmente aconteceu. Eu olhava para as páginas dos meus livros inacabados, e ao invés de sentir a empolgação de antes, havia uma sensação de desânimo, como se as palavras tivessem se perdido dentro de mim. A criatividade, que sempre foi uma chama constante, parecia ter se apagado. A vontade de criar havia ido embora.
Esses meses foram desafiadores. Questionamentos surgiram, como: “Será que vale a pena continuar?” ou “Minhas histórias são boas o suficiente?”. Eu sempre acreditei no poder transformador da escrita, tanto para quem lê quanto para quem escreve. Mas, quando você perde a confiança nesse processo, tudo se torna mais difícil.
Sentia-me desconectada das ideias que eu mesma havia criado. Olhar para os rascunhos parecia um exercício frustrante. As tramas que antes me pareciam tão vibrantes e cheias de potencial agora pareciam distantes, como se não fossem mais minhas. Talvez, parte dessa desconexão tenha vindo das leituras que fiz nesse período de pausa. Acabei mergulhando em livros de estilos e gêneros totalmente diferentes do que costumo escrever. Cada página lida me levava para mundos que, apesar de fascinantes, não dialogavam com o universo das minhas histórias. Assim, a inspiração não fluia.
Foi curioso perceber como a leitura, algo que sempre foi uma fonte de inspiração, dessa vez, talvez tenha feito o oposto. Ao invés de acender ideias, senti que me afastava ainda mais daquilo que escrevia. Claro, não culpo os livros. Eles me trouxeram novas perspectivas, mas o impacto deles no meu processo criativo foi inesperado. Quem sabe essa falta de inspiração tenha vindo daí, ou talvez tenha sido apenas meu cérebro pedindo uma pausa necessária, um tempo para se reorganizar, se renovar e, finalmente, se reencontrar com as palavras.
No entanto, como toda fase ruim, essa também passou. Lentamente, sem perceber, voltei a me aproximar das palavras. O amor pela criação começou a renascer, a chama voltou a acender, e eu redescobri o prazer que é dar vida a personagens, cenários, e tramas. Senti o poder das histórias fluindo de novo por minhas mãos, como se elas sempre estivessem esperando o momento certo para reaparecer.
Agora, escrevo com mais leveza. Aprendi a abraçar tanto os altos quanto os baixos do processo criativo. Sigo escrevendo porque é o que amo fazer; num ritmo mais lento, porém. A paixão nunca me deixou, apenas estava em pausa, esperando o momento certo para voltar.
Se você, assim como eu, já passou por momentos de bloqueio criativo, saiba que isso é natural. As palavras podem não vir de imediato, mas, com paciência e perseverança, elas sempre retornam. Estou feliz em estar de volta, com novas ideias, novos projetos e, mais importante, com o amor pela escrita renovado.
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1 comentários em "Redescobrindo o prazer pela escrita"
[…] tinha trazido novidades sobre ele aqui no blog. Passei por uma fase complicada com minha escrita (você pode saber mais sobre isso aqui), mas agora as coisas estão começando a voltar ao […]
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